segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

uma pequena pre indigestão

Quando cheguei no restaurante pedi o tradicional despacho e uma coca-cola light. Sempre gostei de frango com farofa. Se eu soubesse que esse pedido nesse dia iria mudar minha vida não teria entrado lá, ou não teria dado ouvidos a minha fome. Tudo normal. Eu sentado comia minha asinha tostada para queimada quando entrou um vento porta a dentro fazendo com que minha farofa aos poucos começasse a rodopiar e levantar vôo do prato. Ela rodopiava e ia crescendo sem parar em formato de redemoinho. O lustre do restaurante começou a balançar devagarinho e foi balançando com tanta força que não demorou a espatifar no chão. As pessoas que estavam almoçando nas mesas vizinhas, estavam desesperadas e não conseguiam se quer sair do lugar. Eu não conseguia fazer nenhum movimento. meu corpo se paralizou a ponto de não dar um urro se quer. Como num efeito poltergeist as toalhas das mesas eram arrancadas do nada fazendo pratos, copos, travessas...caírem para todo lado. os garçons se esconderam como pode. Quando dei conta a minha farofa já era um ciclone e a ossada da galinha esperneava na treavessa fazendo as cebolas em rodelas rodopiarem como bambolê em cintura de criança. De repente do meio da farofa saiu um criolão enorme de braços cruzados, careca, meio dentuço e um olhão. Quando as pessoas viram aquela figura saíram correndo do restaurante a fora gritando pela Avenida Nossa Senhora de Copacabana. E com a cara dentro da minha ele com seus olhos arregalados olhou dentro dos meus, que nessa hora estavam maiores que os dele, e me disse com uma voz grossa como um trovão_ Um pedido e nada mais. Não pensei duas vezes_ A conta por favor!

rio de janeiro, 20 de agosto de 1999.

Um comentário: