segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A CAIXINHA

Sou do tempo que pudim não era de caixinha. Tudo era fresco e misturado no liquidificador de copo de vidro. Meus pequenos olhos conseguiam alcançar a visão baixa da hélice girando os ovos, o leite, o condensado deixando um cheiro de coisa de padaria no ar. Da calda nunca gostei muito. Ficava na cozinha debruçado na mesa olhando para o forno na espera da saída da preciosidade. E ainda tinha que esperar ir para geladeira processo normal que num entendia muito. Minha ânsia era de comer e logo. Ah! A caixinha. Me lembrei dela porque abri o ármario e encontrei duas. Fora da validade. Hoje num faço pudin de liquidificador de copo de vidro, nem de caixinha. Como os de copinhos primos-irmãos do iogurte mas não é a mesma alegria.
Alegria é olhar a calda descer pelo pudim fresco numa tarde de domingo de sol de abril na varanda da casa de vó.

Sidnei Oliveira

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